chakras

Chakra significa roda.

Os Chakras são vórtices de energia pura. Verdadeiras galáxias do nosso corpo físico que operam em diferentes níveis de consciência.

Os Chakras estão localizados no campo energético da coluna espinhal do ser humano. Suas frequências vibram diferentemente e, cada um deles, guarda a dádiva de um certo poder que fortalece a nossa experiência humana aqui na Terra. Nos ajuda a lidar com um desafio da vida.

O Primeiro Chakra

Chakra Raiz ou Muladhara

O desafio do chakra raiz é nos sentirmos seguros e conectados com a realidade física – nosso corpo e o planeta Terra. O sentimento natural deste primeiro chakra é sólido, estável, imóvel, passivo e consciente.

A força essência que adquirimos, quando nosso primeiro chakra é equilibrado e ativado, é a imobilidade absoluta. Quando podemos verdadeiramente nos manter parado, tomamos consciência de nossa presença, do nosso entorno físico e relaxar completamente. Sentimos e identificamos os corpos: físico, etéreo, mental e emocional. Nos sentirmos em casa e de maneira confortável em nosso corpo, na Terra ou em qualquer lugar.

– Situa-se na base da coluna vertebral, na entrada do sushumna, abaixo dos genitais, no períneo.

Muladhara relaciona-se com o grande potencial humano, com a energia primitiva e com as necessidades básicas de sobrevivência. Este chakra dá energia ao corpo físico, controlando o medo, aumenta a saúde em geral.

Ele possui quatro pétalas vermelhas cor de sangue e leva em cada uma de suas pétalas uma letra do alfabeto sânscrito gravados num amarelo brilhante ou ouro: (y) va , (sa) sa , (sa) sa , (sa) sa . Estas letras estão contidas em um quadrado amarelo representando o elemento terra, junto com o mantra semente Lam ( l ). As quatro letras representam a vibração raíz e estão relacionadas com a respiração vital conhecida como Apana.

Um triângulo invertido no centro do quadrado encerra a Kundalini não-manifesta, em uma serpentina de três voltas e meia, em torno do swayambhu-linga preto ou vermelho, símbolo da vida, associado à energia procriadora. No pericarpo se encontra a divindade que o preside, Brahma em vermelho escuro, com quatro faces de três olhos, quatro braços segurando um tridente, um jarro, um rosário, e no mudra Abhaya, a postura de dissolução do medo. A divindade é o senhor do mundo material grosseiro e da força física. O Chakra está associado as qualidades de resistência e solidez, representando o elemento terra. Quem possui este chakra grande( desenvolvido) é bastante apegado aos bens materiais e tem facilidade para ganhar dinheiro.

O Segundo Chakra

Chakra do Baço ou Svadhisthana

O desafio do segundo chakra é expandir, criar e conectar laços com outros seres humanos. O sentimento natural do chakra do baço é expansivo, dinâmico e de fluidez do vórtice espiral de energia.

A força essência do segundo chakra desperto é expansão e liberdade. Quando a nossa energia se sente fluída e desentulhada, nós nos aceitamos incondicionalmente. Sabemos que somos dignos de amor, nos sentimos seguros para tocar e nos unirmos ao outro e espontaneamente nos encantamos com nossa original criatividade.

– Situa-se na espinha na região acima dos genitais.

Svadhisthana relaciona-se com os impulsos sexuais ou com as energias dominadas pela vitalidade sexual, poder físico e fertilidade, a lém de relacionamentos interpessoais primários. Ele é o centro de tudo que forma a personalidade humana. Ele leva em suas seis pétalas vermelho carmim as palavras sânscritas: ba ( ba) , bha (bha) , ma (ma) , ya (ya) , ra (ra) e la (la) . No pericarpo, o elemento água é representado por uma lua crescente de cor branca com o mantra semente Vam ( VM ) que também é um símbolo para água, e, neste caso, um símbolo para imortalidade pois a água do svadhistana está associada com a área genital e o processo reprodutor sexual . A energia é Rakini ou Chakini Shakti, em azul escuro, três olhos, quatro braços segurando um tridente, uma lótus, um tambor e um cinzel, assentada em uma lótus vermelha. A divindade protetora masculina é Vishnu com quatro braços.

O animal associado a este Chakra é o makara cinza claro ou verde( um monstro marinho parecido com um crocodilo), em emblema das águas e o veículos do deus Varuna, senhor dos mares. O Chakra governa o princípio do paladar e a respiração vital prana.

O Terceiro Chakra

Chakra do Umbigo ou Manipura.

O desafio do terceiro chakra é a ignição. O conectar e o focar nossa energia física. O sentimento natural do chakra do umbigo é a energia de vida ardente concentrada.

A força essência é força e vontade. Quando nós sentimos o pulso de nossa própria energia no umbigo, nós alavancamos a fonte de nosso poder pessoal. Podemos encarar a vida com identidade e determinação, autossuficiência e bem-estar. Nós temos o poder do desejo da ação, a integridade para saber o rumo correto do agir e a energia para fazer o que precisamos.

– Situa-se no umbigo.

Relacionam-se com emoções no estado bruto, impulsos de poder no sentido de acalmar as emoções e frustrações e aliviar as tensões e ansiedades, além de estar ligado à identificação social. Equilibrar este chakra ajuda a utilizar melhor a intuição.

Manipura é a ‘gema-central’ no nível do plexo solar. Possui nas dez pétalas azuis, as letras da (da) , dha (dha), na (na) , ta (ta) , tha (tha) , da (da) , dha (dha) . Está relacionado com o elemento fogo representado pelo radiante triângulo da cor do sol nascente. Dentro dele há um triângulo vermelho, com um carneiro e a inscrição do mantra raiz (r). A divindade que preside é Rudra de cor vermelha com cinzas borrifadas sobre seu corpo e representa o mundo mental. A energia gerada por ele é Lakini Shakti, em azul escuro, três faces e três olhos em cada face,quatro braços, segurando o fogo, um vajra e fazendo os mudras que garantem benefícios e dissipam os medos.

Patanjali em seu Yoga Sutra (III, 29) diz que a contemplação deste Chakra nos leva ao conhecimento do organismo físico e suas funções, porque este é o Chakra da energia vital. O Chakra está relacionado com o princípio da visão e também da luz.

O Quarto Chakra

Chakra do Coração ou Anahata.

O desafio do quarto chakra é nos abrirmos à vibração desapegada e sem julgamentos do amor universal. O sentimento natural no chakra do coração é o calor radiante profundo.

A força essência é amor. Quando estamos sintonizados com o ritmo natural de nosso coração e experimentamos o amor incondicional. A luz que o Chakra Anahata gera nos faz perceber que estamos conectados com a Fonte de toda força curadora e espiritual. Que somos capazes de nos entregarmos incondicionalmente e aproveitar alegremente a vida da forma como a nós se apresenta. Aceitamos a vida como um bálsamo precioso, suficiente para sermos felizes e principalmente, sentir paz de espírito e assim, em verdadeira paz com os outros e com o mundo.

– Situa-se na coluna espinhal na região um pouco acima do coração. O Chakra Anahata possui doze letras: ka (ka), kha (kha), ga (ga), gha (gha), na (na), ca (ca), ccha (ccha), ja (ja), jna (jna), ta (ta), tha (tha) inscritas nas doze pétalas de vermelho carmim. O elemento ar está representado por um hexágono esfumaçado que representa o ponto de encontro do divino com o humano. Acima do hexágono está o sol com uma radiação de ‘dez milhões de luzes’. O mantra semente ‘bija’ para o ar é ( y ) ‘yam’, apoiado sobre um cervo negro. A divindade que preside é Shiva, com três olhos, que representa o sistema de todo o mundo onde as diversidades das realidades fenomenológicas de espaço e tempo são gradualmente revelados.

A energia dele é chamada de Kakini Shakti, em amarelo brilhante, uma única face com três olhos, quatro braços, segurando um laço e uma caveira, fazendo os gesto para garantir os benefícios e dissipar os medos. O Chakra está associado com o elemento ar e o princípio do toque.

O Quinto Chakra

Chakra da Garganta ou Vishuddha

O desafio do quinto chakra é liberar o nosso medo de nos comunicarmos com os outros e o mundo.

O sentimento natural no chakra da garganta é ressonância vibratória livre.

A força essência é a palavra. Quando conseguimos nos libertar de nossos medos, sentimentos de impossibilidades e orgulho nos tornamos capazes de falar confiantes e com coragem a nossa verdade. Quando alcançamos a nossa pureza na garganta, nós tocamos a força e escutamos o som do silêncio. Podemos ouvir e somos ouvidos. Sabemos quando falar e quando calar. A palavra é o verbo da criação do universo e, o que dizemos, possui um impacto incontestável.

– Está localizada na junção da coluna espinhal e a medula, atrás da garganta (plexo laríngeo). Relaciona-se com a fala e os centros de comunicação do cérebro, expressão e da auto-expressão.

Visuddha significa ‘ puro ‘. As suas dezesseis pétala púrpura sustentam as dezesseis vogais a ( A ), a ( A ), i ( I ), i ( I ),u ( U ), u ( u ), r ( r ), r ( r ), l ( l ), l ( l ), e ( E ), ai ( AI ), o ( o ), au ( AUu ), am ( am ), ah ( ah ). Dentro de seu pericarpo está um círculo branco e um triângulo inscrito com o mantra semente Ham ( h ) representando o elemento espaço apoiado em uma brilhante Lua Cheia de cor branca. A divindade que o preside é Sadasiva que está sobre um touro que possui uma forma como Ardhvanarisvara (seu aspecto feminino);a metade direita de seu corpo é branca representando Shiva e a metade esquerda é dourada representando Shakti.

A divindade possui cinco faces, dez braços e três olhos, segurando um tridente, um machado, uma espada, um vajra com cinco serpentes, Ananta, um sino, um aguilhão e um laço com a postura de dissipar o medo. A energia é Sakini, em um branco luminescente com cinco faces, três olhos e quatro braços segurando um laço, um aguilhão, um arco e uma flecha. Possui uma pele de tigre sobre seu corpo e seu corpo é escurecido por cinzas borrifadas. O Chakra também possui um elefante sobre o qual está apoiado o mantra espaço ( h ) ‘ham’. O espaço está firmemente enraizado, estabelecido e imóvel. Está associado com o elemento éter (akasa) e controla o princípio do som relacionado com o sentido da audição.

O Sexto Chakra

Chakra Frontal ou Ajna.

O desafio do sexto chakra é focar a mente em um ponto onde a clareza do ponto e a paz ocorram automaticamente.

O sentimento natural que ocorre dentro de nossa mente é a verdade. Nos tornamos capazes de trazer a mente, o ponto da unidade para além da dualidade e nos movermos para além da mente racional conflituosa. O chakra Ajna traz o conhecimento interno, a intuição, os poderes psíquicos e a clarividência. Nos faz capazes de sabermos de nossa verdade, sintonizarmos nosso guia interior e conscientemente nos tornamos capazes de participar na criação de nossa realidade.

– Situa-se entre as sobrancelhas.

Relaciona-se com os poderes da mente, a auto percepção intensificada e percepção psíquica controlando os vários estados de concentração realizados através da meditação e comanda toda a personalidade da pessoa., Suas duas pétalas brancas ostentam as letras ha ( ha ) e ksa (sa ). Ao centro estão um triângulo e uma lua invertidos e dentro está o Itara-linga com o mantra semente OM ( AU ).

O animal associado aqui não é propriamente um animal e sim a mente, a consciência. A divindade é Paramasiva, como no Sahasrara; e é representado neste Chakra na forma de um bindu, um ponto simbolizando o inseparável Siva-Sakti, a unidade cósmica cuja consciência auto-iluminada é transcendente e unificadora. Sua energia é chamada Hakini ou siddhakali, e é no branco da Lua, seis faces, três olhos, seis braços segurando um livro, uma caveira, um tambor, um rosário, e fazendo a postura mudra de garantir os benefícios e dissipar o medo. Está sentada em uma lotus branca. Sobre ela está um triângulo que espalha uma luz com um relâmpago; e acima deste está um outro triângulo que é o Self cuja luminosidade vai até o chakra básico Muladhara

Este Chakra está associado com várias faculdades cognitivas da mente. Tanto imagens mentais como ideias abstratas são experimentadas aqui neste nível. Aqui, pela primeira vez, o indivisível, a existência una se manifesta para o bem da criação dos dois.

O Sétimo Chakra

Chakra da Coroa (Coronário) ou Sahasrara.

O desafio do sétimo chakra é sintonizar e se render à consciência divina.

O sentimento natural ou experiência que ocorre é a unidade, a benção maior, a pureza da própria vida em essência. O vazio além do espaço-tempo.

A força essência é consciência e iluminação. A abertura do chakra coroa, nos move para além da realidade tridimensional dos sentidos físicos e das formas, crenças e pensamentos. Nós percebemos, conectamos, nos fundimos e somos capazes de utilizar energias infinitas e verdadeiras. O desconhecido se torna conhecido. Encontra-se o significado transcendental da vida. Deus e eu, eu e Deus somos UM.

– Situa-se à quatro falanges acima da coroa da cabeça.

Relaciona-se com a experiência de auto compreensão ou de esclarecimento. Dá vitalidade ao cérebro e afeta no desenvolvimento das habilidades psíquicas.

Sahasrara significa ‘mil’. É a lótus das mil pétalas. Também chamado de Brahma-randhra, é o local de encontro da Kundalini Shakti e Shiva. As pétalas comportam o som potencial total representado por todas as letras do alfabeto sânscrito; cinquenta em cada camada.

O chakra sincroniza todas as cores, abrange todos os sentidos e funções e é penetrante em seu poder. A forma é o círculo transcendendo os vários planos em uma ordem ascendente e é, finalmente, o derradeiro estado de Mahabindu, a transcendência supracósmica e metacósmica.

A lótus invertida simboliza a exposição do corpo sutil com as radiações cósmicas. O Sahasrara é o centro da consciência superior, onde a integração de todas as potencialidades são experimentadas.

O Despertar dos Chakras pela Kundalini

A energia kundalini é como uma Lótus. O aumento do número de pétalas, numa ordem crescente, pode ser entendido como um crescendo de energia ou freqüências vibratórias de cada Chakra. As letras em sânscrito, normalmente inscritas nas pétalas, indicam as vibrações e também representam as intensidades variadas das energias que trabalham em cada Chakra.

De acordo com o Gandharvatantra , a energia Kundalini se movendo do Muladhara até o chakra Anahata, brilhando como ouro derretido, é conhecido como o Kundalini Fogo; do Anahata ao Visuddha, brilhando como um milhão de sóis, chama-se Kundalini Sol; do centro do Visuddha até o fim do Sushumna-nadi, lustroso como um milhão de luas, Kundalini Lua.

O aspecto da Kundalini que está além do Sushumna torna-se supraconsciente, abraçando todas as formas de sons e de luz.

A importância dos Chakras se encontra na função que eles possuem no momento que a energia Kundalini se eleva através do canal Sushumna em direção ao topo da cabeça e toca, cada um deles em sua jornada. Em cada fase, a energia é representada por um elemento numa ordem crescente: terra, água, fogo, ar e éter.

Cada um destes cinco vórtices significa uma nova qualidade e cada um, é ao mesmo tempo, uma extensão e uma limitação do outro.

A energia Kundalini não sobe numa explosão em uma linha reta. Em cada estágio é ativado um aspecto diferente de energia. Em cada Chakra, esta ativação, promove uma transformação. Nos ensinamentos tântricos, a purusha só é sentida a partir do quarto chakra Anahata. Purusha é a essência do homem, o homem supremo. Assim, em reconhecimento ao sentimento e idéias, a pessoa vê a purusha . Este é o primeiro vislumbre que o ser tem, de algo que está contido nele mesmo, mas que é maior e mais importante do que ele; a constatação de que possui uma existência pura e verdadeiramente psíquica.

O translado do Anahata (Chakra do coração) até o quinto chakra Visuddha (da garganta), leva-nos ao reconhecimento de que um fato, um acontecimento psíquico, com o elemento éter relacionado com o Visuddha, é colocado acima dos outros cinco e os transcende. A presença da sílaba OM dentro do triângulo interno do Ajna ,o sexto chakra, é uma indicação clara que o simbolismo associado é o da origem do começo de todas as coisas e o seu fim. O OM está na mesma posição das vibrações sônicas, onde todas as coisas emergem e que devem, eventualmente, serem absorvidas no final do ciclo cósmico. Os elementos e os outros símbolos associados dentro de cada vórtice devem ser compreendidos como se referindo às polaridades positiva e negativa, dentro da personalidade.
A medida que a Kundalini sobe para os planos dos outros centros, o iniciado experimenta uma interação de experiências visionárias, com sensações de som, luz e cores.
No nível do sexto Chakra, Ajna , o centro entre as sobrancelhas, o funcionamento dialético da personalidade é controlado por meio de uma força de comando que pode harmonizar as energias.Isto é equivalente ao Processo de Individuação difundido por C.G. Jung, quando o indivíduo transcende todas as barreiras, interagindo com sua personalidade com a ajuda de um analista ou terapeuta.

Na Kundalini-Yoga o iniciado aprende, sob a supervisão de um guru, a equilibrar o processo dialético dos chakras inferiores. Uma vez que o equilíbrio é alcançado, a individuação psíquica resulta como uma forma completamente nova de consciência.

O sétimo e último chakra, não está associado a nenhuma cor, elemento ou som. Ele possui 1000 pétalas e conquistá-lo é conquistar o mundo de Brahma (da criação) onde a liberação total está simbolicamente localizada.

Terminando a sua jornada no chakra Sahasrara , a energia kundalini Shakti, que possui o brilho de um relâmpago e, que é composta por três gunas (qualidades), retorna ao seu local de descanso, o Chakra Muladhara.

O tempo que o aspirante deve permanecer em cada chakra depende de seu apego e ação karmica. Os chakras: Chakra raiz Muladhara , o quarto chakra Anahata(coração) e o quinto chakra Ajna (terceiro olho), são os grandes obstáculos para a ascensão da Kundalini.

Três chakras estão associados com o nós (granthis) de Brahma, Vishnu e Rudra , e com os bloqueios psíquicos camados lingas ( o linga Svayambhu, Bana e ltara respectivamente).
A palavra sânscrita lingam é derivada de raízes de dissolver e sair (deixar ir). Limpar o nó de Brahma é se estabelecer na totalidade; limpar o nó de Vishnu é perceber a existência de um princípio universal; e limpar o nó de Rudra é conquistar o estado não dual, a realização da unidade da paz universal.

Regina Braga
Regina Braga
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